Embriologia 1 e 2

 Embriologia

 A Embriologia estuda todas as fases do desenvolvimento embrionário desde a fecundação, formação do zigoto até que todos os órgãos do novo ser estejam completamente formados.



Os Anexos Embrionários 

Os anexos embrionários são estruturas acessórias ao corpo do embrião dos animais que se relacionam a diferentes funções, tais como nutrição, respiração, excreção e proteção. 

🠊 Quais são os anexos embrionários?

Os anexos embrionários são âmnio, cório, saco vitelínico e alantoide. Vale destacar que alguns autores não consideram o cordão umbilical e a placenta como anexos embrionários. Outros autores, no entanto, incluem essas estruturas como anexos embrionários e o fazem devido ao fato de o cordão umbilical conter alantoide e seus vasos e porque a placenta apresenta um componente fetal.

 🠊 Funções dos Anexos Embrionários:



  • Saco vitelínico

O saco vitelínico é uma estrutura formada a partir do mesoderma e endoderma, que envolve o vitelo, participando, assim, do processo de nutrição do animal em desenvolvimento. Essa membrana é a primeira a ser formada e está ligada diretamente ao intestino do embrião. Apresenta-se bem desenvolvida em peixes, répteis e aves, entretanto é reduzida em mamíferos, nos quais a placenta assume a função de nutrição.

  •  Âmnio

O âmnio é uma membrana formada a partir do ectoderma e mesoderma que envolve o embrião de répteis, aves e mamíferos. Ele delimita a chamada cavidade amniótica, a qual apresenta em seu interior o líquido amniótico. Este possui como principais funções proteger o embrião contra choques mecânicos e evitar a sua desidratação.

  • Cório

O cório ou córion está presente em répteis, aves e mamíferos, porém não ocorre em peixes e anfíbios. Em répteis e aves, o cório constitui o anexo mais externo, sendo ele liso e resistente. Nos mamíferos, esse anexo está modificado para constituir parte da placenta, formando prolongamentos chamados vilosidades coriônicas, as quais são responsáveis por aumentar a superfície de contato com os tecidos maternos. O cório apresenta diferentes funções, sendo uma delas garantir as trocas gasosas do embrião.

  • Alantoide

O alantoide está presente em répteis, aves e mamíferos, sendo formado a partir do mesoderma e endoderma. É uma membrana que está relacionada com as trocas gasosas. Em répteis e aves, ele armazena o produto da excreção do embrião, retira parte do cálcio da casca e transfere-o para o esqueleto do animal em formação. Em mamíferos, apresenta-se pouco desenvolvido, uma vez que a placenta é responsável por desempenhar o papel dessa estrutura.

  • Placenta
A placenta é um órgão transitório presente em mamíferos eutérios que garante a ligação do organismo materno ao embrião. A placenta desempenha diferentes funções, estando relacionada com a respiração, nutrição, excreção e secreção.

  • Cordão Umbilical
O cordão umbilical desenvolve-se a partir do envolvimento do âmnio ao redor do pedículo do saco vitelínico e do alantoide. Esse cordão atua garantindo que nutrientes sejam transportados do organismo da mãe para o feto e que os catabólitos sejam retirados em um sentido inverso.


Marsupiais

Os marsupiais, ou mamíferos de bolsa, pertencem à ordem Marsupialia e subclasse Methateria. Essa ordem possui cerca de 90 espécies distribuídas em 11 famílias. Esses animais são encontrados principalmente na Austrália, no entanto, há espécies também na América do Norte e América do Sul. São exemplos de marsupiais os cangurus, coalas e gambás.


A fecundação nos marsupiais é interna e o começo do desenvolvimento embrionário ocorre no útero. Após alguns dias, os fetos prematuros saem e rastejam até o marsúpio onde se prendem a um mamilo para a sucção de leite até completarem seu desenvolvimento. Após esse período, os filhotes só recorrem ao marsúpio em busca de abrigo.

🠆 Características dos marsupiais:

  • 🠆A maioria apresenta, no abdome da fêmea, uma bolsa ventral, ou marsúpio, onde os embriões permanecem se amamentando até completarem o seu desenvolvimento;

  • Dutos urinários laterais;

  • Útero duplo, paralelos, mas independentes;

  • Vaginas duplas e laterais que se unem formando uma vagina mediana, ou pseudo vagina, que se liga ao seio urogenital através de um canal que se forma no tecido conjuntivo presente entre essas estruturas na hora do parto;


Tipos de Óvulo 

A classificação dos óvulos nos organismos animais varia de acordo com a quantidade e a distribuição de vitelo (substância de reserva energética) presente em seu interior, implicando no padrão de segmentação (ou clivagem) da célula ovo ou zigoto.

Quanto maior a quantidade de vitelo, menor é a velocidade do processo de segmentação;

Quanto menor a quantidade de vitelo, maior a velocidade do processo de segmentação.



A seguir os tipos de óvulos:


 ⮞ Oligolécitos:

O óvulo oligolécito ou isolécito é característico de animais que possuem um desenvolvimento rápido como esponjas , corais e estrelas-do-mar e também dos mamíferos  vivíparos (como nós, humanos), uma vez que logo que se implanta no útero o embrião não precisará mais do suporte de energia oferecido pelo óvulo.

Heterolécito:

Estes óvulos possuem uma quantidade intermediária de vitelo entre os óvulos oligolécitos e telolécitos.

Neste caso, o vitelo estará mais concentrado no polo vegetativo da célula do que no polo animal (região superior). Por conta desta polarização da célula, as mitoses ocorrerão diferentemente no polo animal e no polo vegetativo. Os ovos heterolécitos são típicos de anfíbios, de várias espécies de peixes e alguns invertebrados, como muitas espécies de moluscos, poliquetas e platelmintos.

Telolécito:

Os óvulos telolécitos são também chamados de óvulos megalécitos. Neste tipo de óvulo há uma enorme quantidade de vitelo no polo vegetativo. Assim, o polo animal fica restrito a uma pequena parte do óvulo, como uma gota discoidal na parte superior. Os óvulos telolécitos são comuns em animais ovíparos, como as aves e os répteis, vários peixes, moluscos e nos mamíferos ovíparos, como o ornitorrinco e a equidna.

Centrolécito:

Os óvulos centrolécitos possuem uma quantidade razoável de vitelo que fica concentrada na região central. Quando a célula inicia seu processo de clivagem, o vitelo não se divide, apenas seu núcleo.

O núcleo do óvulo se divide várias vezes e migra para a periferia da célula. Segue-se então a divisão do citoplasma, formando uma camada de células que envolve o vitelo.

Tipo de Segmentação

O tipo de segmentação que o zigoto sofrerá está relacionado à quantidade de vitelo acumulada no óvulo. Quanto maior a quantidade de vitelo no óvulo, mais lenta será a segmentação do zigoto.

Os tipos de segmentação embrionária são: segmentação holoblástica ou total, e segmentação meroblástica ou parcial.

→ Segmentação holoblástica

Segmentação holoblástica ou total é otipo de segmentação que ocorre no ovo todo e é comum nos ovos alécitos, oligolécitos e heterolécitos. A segmentação holoblástica é dividida em holoblástica igual, holoblástica desigual e holoblástica subigual. Segmentação holoblástica igual: esse tipo de segmentação ocorre em ovos alécitos e em alguns ovos oligolécitos. Caracteriza-se pela formação de oito blastômeros iguais na terceira clivagem.


Segmentação holoblástica desigual: tipo de segmentação que ocorre em todos os ovos heterolécitos e em alguns ovos oligolécitos. Caracteriza-se pela formação de oito blastômeros de tamanhos diferentes na terceira clivagem. Os blastômeros maiores são denominados macrômeros; e os menores, micrômeros.


Segmentação holoblástica subigual: tipo de segmentação que ocorre em ovos isolécitos, e se caracteriza por formar oito blastômeros que não diferem muito entre si no tamanho.


Segmentação Meroblástica

Segmentação meroblástica discoidal:  ocorre em ovos megalécitos, a divisão ocorre na região do disco germinativo.

segmentação meroblástica superficial: ocorre nos ovos centrolécitos, percebe-se que a divisão acontece na região periférica do ovo.

Etapas do Desenvolvimento Embrionário




 Mórula: é o conjunto de 12 a 32 blastômeros, formado através do processo de clivagem do zigoto. Os blastômeros vão mudando sua forma e se interconectando, formando um aglomerado firme de células, assemelhando-se a uma amora, fato esse que justifica seu nome. Este estágio ocorre de 3 a 4 dias após a fertilização concomitantemente à chegada do embrião no útero.


 Blástula: nesse estágio a mórula sofre mudanças que a converte em blastocisto. Isto ocorre imediatamente após a chegada da mórula no útero, quando a cavidade blastocística é preenchida por um líquido. Neste momento suas células se dispõem centralmente e formam o primórdio do embrião.

 Gástrula: neste estágio, onde o embrião já está na terceira semana, o blastocisto se transforma em gástrula, a este processo de transformação chamamos “gastrulação”. Durante toda esta fase forma-se um disco embrionário trilaminar. Esse disco é responsável pelas 3 camadas germinativas da gástrula que se diferenciarão nos tecidos e órgãos do embrião: ectoderma, mesoderma e endoderma.

 Nêurula: neste estágio o embrião se desenvolve a partir da placa neural, isto ocorre durante a terceira e a quarta semana. É o primeiro vestígio do sistema nervoso.

Folhetos Embrionários 

As camadas são chamadas de folhetos embrionários germinativos. A ectoderme é a camada mais externa, a endoderme é a mais interna, e a mesoderme é a intermediária entre elas.


Ectoderma

 Ela é a responsável pela formação da epiderme e anexos epidérmicos (unha, pelo) do sistema nervoso e das cavidades (boca, nariz, ânus).

Endoderma

A endoderme forma o sistema respiratório e alguns órgãos do sistema digestório o fígado e o pâncreas.

Mesoderma

É o folheto intermediário, ou seja, aquele que se localiza entre a ectoderma e a endoderma. A mesoderme origina a derme, os ossos e os músculos, bem como os sistemas circulatório e reprodutor.

O número de camadas no embrião pode variar entre os grupos de animais, o que pode ser utilizado na sua classificação:

  • Diblásticos: possuem apenas dois folhetos – ectoderme e endoderme. Exemplo: Cnidários.

  • Triblásticos: desenvolvem um terceiro folheto entre a ectoderme e a endoderme, a mesoderme. Exemplo: Artrópodes.



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